Bom, agora que você viu o link da matéria que chocou o país no Jornal Nacional semana passada, podemos começar a conversar.
Essa história de transformar a linguagem escrita no reflexo da falada vem sendo tratada há um bom tempo por vários educadores como algo louvável. Argumenta-se que a língua é móvel, que evolui, e que portanto, prendê-la aos dogmas da norma culta é ignorar seus avanços naturais.
Pois bem, debaixo de toda afirmação, existem meandros, e nestes da linguagem, há uns bem nebulosos. Uma das coisas mais transformadoras da Língua Portuguesa falada no Brasil, é sem dúvida, a ineficiência do Estado em educar seus cidadãos. Claro que gente mal instruída fala diferente da norma culta, e ao meu ver, certas admissões por parte do MEC acabam – nem entrarei no mérito do proposital ou não – encobrindo falhas do próprio ministério.
O exemplo dado no Jornal Nacional, em que se ignora sumariamente os plurais de uma frase, é gritante. Muita gente fala daquele jeito, sim, mas não é porque a língua evoluiu: é porque ela falhou em ser repassada adiante. Chamar a reprovação deste falar de “preconceito linguistico” é um artifício com alto grau de demagogia. Muito mais fácil que ensinar o correto é abraçar o errado, e é por esse caminho que estamos indo.
Outra demagogia imensa é trocar conceitos de “certo” e “errado” por “adequado” e “inadequado”. Sinceramente, o único lugar em que pode ser adequado escrever daquele jeito é em um livro de ficção, na fala de um personagem bem tosco, e em itálico gritante.
Enderson Rafael é escritor.
Depois de ver, fiquei pensando: 'Pois é tudo bem que muita gente seja vítima de preconceito, e mais vítima ainda do descaso das escolas. Mais como alguém aprende a falar certo se ouve errado?'.
ResponderExcluirEu que tenho estudado inglês, escuto que preciso estar ouvindo para aprender a falar bem, e que para que eu escreva é preciso que eu leia para saber bem as regras. Porque seria diferente, com outras linguas?
Quase tive um troço com 'Os livro'. Tudo bem, a gente esquecer na hora de digitar(o meu teclado me odeia e come as letrinhas,rs), ou na empolgação o 'S' fugir. Mais incentivar que as pessoas façam do errado uma coisa interessante é demais! Concerteza caminhamos para uma lingua mais pobre, e diferente do português herdado pelos colonizadores.
Lá no meu blog tem resenha de 'Quem é você, Alasca?', citei você. Dá uma conferida?
http://acessa.me/dwu9
Recebi um e-mail falando sobre esse assunto(isso que dá ainda ter contato com antigos professores) e fiquei chocada com o que vi! Na boa, concordo com tudo o que vc falou! Para comçar a ''fugir das regras'' vc tem que saber escrever corretamente, tuudo mesmo! Parabéns, Ende! Excelente texto!
ResponderExcluirBeijoos, Amanda
PS: Por um acaso vc dá aulas de dissertaçao?? a FUVEST e o ENEM estao chegando e se a greve nas ETECs(um excelente tópica á ser discutido) nao acabar, sinto que vou me dar mal! D:
Hhaha
ResponderExcluirtenho que rir!
O mais 'interessante' é que tendo aulas de Linguística a gente entra mesmo nessa questão de que 'o errado não existe' e que tudo depende do ponto de vista que vc está levando em conta: o normativista ou o outro(acho que descritivo) enfim... Mas o fato é que até uma amiga estava me dizendo que o professor de variação dela da faculdade fala esse tipo de coisa... que tudo pode estar certo se considerarmos algum blablabla...
Minha opinião: poupe-me! O que é certo é certo e o que é errado é ERRADO mesmo! Não me venha com essa de que 'depende'... Se deixarmos as coisas assim daqui a pouco não sei onde iremos parar. Vamos escrever livros com linguagem de internet então, já que no fim 'ta tudo bem , ta tudo certo!'
Ou então talvez seja melhor simplesmente deixar 'os livro' pra lá, já que não terá nada de diferenciado da nossa linguagem cotidiana...
bjos :)
Meninas, se eu fosse revisor eu estaria ainda mais apavorado! É o fim da profissão, afinal, está tudo certo de cara!
ResponderExcluirAmanda querida, nunca dei aulas disso não. Mas se vc quiser, me mande um email com qualquer dúvida que te ajudo. Apesar de que te acho bem desenvolta neste sentido, viu? Beijo!
ResponderExcluirConcordo contigo, Enderson!
ResponderExcluirEu já me desesperei em saber que teria que reaprender a escrever um monte de coisas sem os acentos, agora imagina ter que escrever alguma coisa sem o devido plural...
Acho que esse não é o caminho pra que a educação no nosso país cresça, não! A gente luta tanto pra ver as pessoas escrevendo corretamente, da forma certa e ai alguém simplesmente diz: 'Tudo é certo dependendo de como se vê...' Então estamos precisando comprar óculos pra quem tá vendo algo certo nisso ai! rs
Beijo
Gente... Não bastando o preconceito diário ainda temos que lidar com o linguístico? Quem inventou isso??? Concordo que quem não sabe ou não aprende a falar, ou escrever, corretamente está passível de sofrer preconceito, mas o que fazer com aqueles que estão aprendendo errado? E os que julgam que o errado é na verdade inadequado?
ResponderExcluirEscrever como se fala?
"Pra ondi ramos?"
Enderson... agora o MEC avacalhou o sistemaaaa geraaal!!!!Olha, existem coisas e coisas, claro... uma coisa por exemplo eh o intenetês (nem vou entrar nesse mérito, eu uso, pode perceber,mas na net e soh) outra coisa eh na linguagem escrita vc usar termos completamente errados, mas vamos lah, alguns são ateh "passáveis" qdo se usa no corriqueiro como misturar tu e vc na msma frase ou no msmo texto (acho aceitável, não podemos ser tão inflexíveis a esse ponto), mas "os livro"??? Putz... aí não tem saída, é o fim da picada!!! "Os livro"?? Sérioo? Que educação é essa, pelo amor de deus??? Estou absolutamente chocada com isso... Sou escritora tb e acho que certos termos e gírias e abreviações são plausíveis num texto, mas ERROS desse naipe? Sem condições! Temos uma responsabilidade social com os jovens, imagina o MEC? Sem mais palavras para exprimir meu choque com isso..
ResponderExcluirBelo post, Enderson, soh o q eu tenho a dizer..
bjosssssssssss