Como o novo momento da literatura brasileira é visto pela mídia e o que esperar para os próximos anos.
Em 2011, Veja já tinha dado sinal de estar antenada com o que andava acontecendo com o mercado editorial, ao falar dos jovens leitores e dos blogs literários, inclusive alguns que conhecemos há anos, como o da Íris Figueiredo. Agora, em 2012, num especial bastante farto, o foco são os autores que figuram entre os mais vendidos. Impossível não citar Marcelo Rossi – muito bem contextualizado na matéria – ou os autores de auto-ajuda como Augusto Cury, mas uma atenção especial é dada a autores bem mais próximos do nosso convívio, como Thalita, Vianco e Spohr.
A matéria destrincha os nichos em que eles atuam e ratifica o fato de que se vamos muito bem entre os autores brasileiros em espiritualidade, auto-ajuda e mesmo biografia e História, no ramo da ficção, a concorrência estrangeira ainda é forte. A matéria, por se focar em poucos autores, acaba não falando do grande número de lançamentos nacionais esperados para 2012, no auge de uma virada de maré que começou por volta de 2009. Seguido por outras iniciativas similares, o Novas Letras teve papel importante neste contexto, com sua quase meia centena de eventos por todo o país em livrarias, feiras e bienais, aproximando autores e leitores e quebrando fortemente o tão falado preconceito com autores nacionais. E se as editoras estão apostando em nós “como nunca antes na História deste país”, é porque provamos nas vendas, na qualidade e até nos prêmios que temos potencial. Diante disto, a revista puxa exemplarmente para si o papel de imprensa.
Com matérias como esta, Veja reafirma seu compromisso óbvio com um país de leitores, além de dar voz aos autores neste momento incrível pelo qual passamos. Em abril, a Feira do Livro de Bogotá terá o Brasil como país homenageado. Em 2013, é a vez da maior feira livreira do mundo dar atenção especial a nós, a Feira de Frankfurt. E na esteira das duas, vem Bologna em 2014 também destacando o Brasil. Será a nossa chance para inverter a posição atual de importador de títulos de ficção para exportadores neste mercado, uma vez que a literatura brasileira no exterior é quase inexistente e para o autor brasileiro, viver de direitos autorais vendendo só no Brasil é quase impossível – nosso mercado só está crescendo porque está muito defasado com relação ao tamanho que deveria ter.
Tomara que a revista Veja, assim como outros veículos, volte em breve a enfocar nestes temas, que apesar da apatia do Estado, estão se desenvolvendo graças a autores, editores, agentes literários e claro, os leitores. A mídia é catalizadora deste processo, e um país de leitores – e autores – será com certeza um país melhor.
Super curti seu texto!!! Precisamos mesmo apoiar os autores do nosso país. Nós, como autores e leitores, devemos dar a nossa contribuição, porque para formar um povo que pensa, critica e evolui, é preciso que haja a troca de ideias e pensamentos. E por isso os livros são tão importantes. São mais do que meros passatempos, são instrumentos de poder e sabedoria. Um ótimo fim de semana, e se quiser conhecer meu blog, seja muito bem-vindo! www.deborasader.blogspot.com
ResponderExcluir